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Capítulo 2 - O jogador de araque e o impostor




Insights:

Todo mundo tem pontos cegos em seu conhecimento e suas opiniões. Eles podem nos cegar para nossa cegueira, nos dando uma falsa confiança em nosso julgamento e nos impedindo de repensar as coisas, mas, com o tipo certo de confiança, podemos aprender a enxergar a nós mesmos com mais clareza e atualizar nossas crenças.


Na autoescola, aprendemos a identificar pontos cegos e a eliminá-los com a ajuda de espelhos e sensores. Na vida, como a mente não conta com esses recursos, precisamos aprender a reconhecer os pontos cegos cognitivos e, de acordo com eles, rever nossos pensamentos.


Na teoria, autoconfiança e competência andam de mãos dadas. Na prática, é comum que se afastem.


Você já deve ter visto torcedores de futebol que acreditam saber mais de que os técnicos. Essa síndrome do jogador de araque, em que a autoconfiança supera a competência,


"Peço licença para interromper seu conhecimento com a minha autoconfiança."


Quanto menos inteligente somos um assunto, mais tendemos a superestimar nossa inteligência nessa área. Em um grupo de torcedores de futebol, o que menos sabe tem mais chance de ser o jogador de araque, argumentando contra decisões erradas do técnico e alardeando suas estratégias melhores.


Quando você tem certeza de que sabe alguma coisa, não tem motivos para procurar lacunas ou falhas em seu conhecimento, que dirá preenchê-las ou corrigi-las.


Sim, parte disso tem relação com a fragilidade do ego. Somos impulsionados a negar nossas fraquezas quando queremos nos enxergar de forma positiva ou vender uma imagem maravilhosa para os outros.


Há uma força menos óbvia que obscurece nossa visão de nós mesmos: um déficit na habilidade metacognitiva, que é a capacidade de pensar sobre os pensamentos.


A falta de competência pode nos cegar para a incompetência.


Quando não temos as habilidades e o conhecimento necessário para alcançar a excelência, às vezes nos faltam as habilidades e o conhecimento para reconhecer a excelência.


É quando evoluímos da categoria principiante para a de amador que nos tornamos confiantes em excesso.


O perigo não está apenas na falta de competência, mas também na superestimativa da competência.


Conforme ganhamos experiência, perdemos humildade pouco a pouco. Nós nos orgulhamos de progredir rápido, o que promove um falso senso de destreza. Assim, inicia-se um ciclo da confiança excessiva, nos impedindo de duvidar do que sabemos e de nos interessarmos pelo que não sabemos.


Humildade - toma-lá em doses regulares é o antídoto para a prisão na montanha da estupidez.


Tim Urban - Enquanto a humildade é um filtro permeável que absorve os aprendizados da vida e os converte em conhecimento e sabedoria, a arrogância é um escudo que repele essa experiência.


Muitas pessoas acreditam que autoconfiança é como uma gangorra; se somos confiantes demais, caímos para o lado da arrogância. Se somos hesitantes, caímos para a submissão.


O conceito de humildade, costuma ser mal compreendido; não significa baixa autoestimas. Humildade é, portanto, ser pé no chão: reconhecer que temos defeitos e somos falhos.


Por sua vez, a autoconfiança é a medida de quanto acreditamos em nós mesmos. É possível confiar na sua capacidade de alcançar algo no futuro ao mesmo tempo que mantém a humildade de questionar se possui as ferramentas certas para isso no momento presente.


A arrogância nos cega quanto nos convencemos de nossas forças e estratégias. A dúvida nos paralisa quando nos falta convicção sobre essas duas coisas. Podemos ser consumidos por um complexo de inferioridade quando temos conhecimento do método certo, mas nos falta certeza sobre nossa capacidade de executá-lo.


A humildade confiante pode ser aprendida. Não abre apenas a mente para o repensamento, ele também melhora a qualidade dele.


Se quisermos ser precisos, não podemos ter pontos cegos. Para ter uma compreensão correta dos nossos conhecimentos e habilidades, talvez seja melhor nos avaliarmos como se fôssemos cientistas olhando por um microscópio.


Quando nosso medo de ser impostor vem à tona, o conselho habitual é ignorá-lo, dar um crédito de confiança para nós mesmos. Mas talvez seja melhor abraçar esses medos, porque eles podem nos dar três vantagens - os três benefícios da dúvida.


O primeiro ponto positivo é que se sentir um impostor estimula a pessoa a se esforçar mais. Se nunca tivermos medo de decepcionar os outros, arriscamos acabar fazendo exatamente isso.


Em segundo lugar, a insegurança pode nos motivar a trabalhar melhor. Quando não acreditamos que vamos ganhar, não temos nada a perder ao repensar estratégias.


Em terceiro, aprendemos mais quando nos sentimos impostores. Ter algumas dúvidas sobre nosso conhecimento e nossas habilidades nos tira de um pedestal, noa desafiando a buscar informações com outras pessoas.


A psicóloga Elizabeth Krumrei Mancuso e seus colegas escreveram; "O aprendizado exige humildade para perceber que temos algo a aprender."


Muitos indícios sugerem que a autoconfiança é tanto a consequência quanto a causa do processo pessoal.


A incerteza nos leva a fazer perguntas e absorver novas ideias.


Uma resposta nos traz novas perguntas, a busca pela sabedoria é infinita. Uma marca das pessoas que estão dispostas a passar a vida aprendendo é que elas conseguem aprender algo com todo mundo que cruza seu caminho.

A arrogância nos cega para nossas fraquezas. A humildade é uma lente reflexiva, nos ajudando a enxergar com clareza. A humildade confiante é uma lente corretiva: ela nos ajuda a superar as fraquezas.









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